Wednesday, May 9, 2007

Madelleine

Não era minha intenção escrever nada sobre o assunto, dado principalmente o melindre da questão, mas o facto de ter recebido hoje cerca de 6 ou 7 e-mails apelando a informações sobre o paradeiro da pequena Madelleine, a criança inglesa desaparecida no Algarve, fez-me considerar alguns pontos.
Por ai na blogosfera, e em jeito de introdução, encontrei isto;

"No ano passado a recém nascida Andreia Pinto foi raptada de uma maternidade em Penafiel. Na altura não houve buscas, retratos-robôs, barreiras policiais, cães patrulha, Protecção Civil, bombeiros, missas, comunicados, conferências de imprensa da Judiciária e 150 homens a percorrem a pé as ruas de Penafiel. Só foi encontrada por causa de uma denúncia anónima mais de um ano depois.
O azar de Andreia foi não ter nascido inglesa de férias no Algarve."


Hoje no jornal " A Bola" era titulo do respectivo site o apelo de Cristiano Ronaldo e Paulo Ferreira, aos supostos raptores da Madelleine.

Vamos lá ver, não condeno de maneira nenhuma a sociedade civil portuguesa, pelo envolvimento no desaparecimento da criança, pelo contrário, assino por baixo toda e qualquer iniciativa que de alguma forma aumente as possibilidades de terminar com o horrível suplício daquela familia. Aquilo que particularmente me desilude, é que nunca antes vi esta mobilização por nenhuma criança portuguesa. Ou mesmo brasileira. Ou africana.
Porquê? Por não serem casos tão "interessantes" ?Por esses paises não serem economica e politicamente fortes? Porque como é certo e sabido a media é quem mais ordena? E neste caso concreto os interesses económicos andam de mão dada com os mediáticos?
Estará este envolvimento da sociedade portuguesa de alguma forma condicionado pelas futuras receitas do turismo britanico no Algarve? Quero pensar que não.
Uma vida de uma criança vale tanto sendo inglesa, cabo-verdiana ou chinesa. É uma vida. Espero sinceramente que a criança apareça, por ela principalmente, e pela familia.
E igualmente espero que da próxima vez que desapareça uma criança em Portugal, ouvir gente mediática envolvida (talvez desnecessariamente), que a media lhes dê a mesma cobertura, e que os e-mails voltem a ser ás centenas.

1 comment:

Anonymous said...

nao podia estar mais de acordo
s.f.