O óbvio salta a vista, e esse é o principal desafio; como evitar ver o óbvio, o básico, o primário. O primeiro comentário indubitávelmente seria sempre; mas eu também seria capaz de fazer isto. Então porque é que não fiz? A questão não é assim tão simples meu caro Watson. Há muito trabalho envolvido, há planificação, há esboços, há suor, há errar e começar de novo. Há que pensar, ter ideias e acima de tudo ter a capacidade de pô-las em prática. De passar para o papel o que nos vai na alma.
Reconhecendo-me ignorante encartado na matéria, tento acompanhar o que a obra transmite. As fases ao longo da carreira, a mudança de planos, de interesses. Mas então isto é arte? É. Na mesma linha popart de Warhol, Lichtenstein já estava muito á frente há 20 anos. Como é que um quadro de banda desenhada leva 6 meses a ser concluido? Leva. Como é que uma lata de tomate pintada vale tanto dinheiro? Vale.
E nisto aparece um coreano - Paik - que se lembra de fazer esculturas com televisões. E molda tartarugas, cavalos, naves espaciais, ursos e casas. Numa dinamica muito própria video killed the radio star, retrata uma sociedade consumista voltada para o tubo mágico (80´s). Provavelmente e apesar de contemporâneo, o trabalho de Paik com cerca de 20 anos, sofreria hoje inevitalmente a influência da internet enquanto meio primordial de comunicação, alterando a sua forma de exposição ao exterior.
Banda sonora - Daft Punk - .
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