Thursday, March 15, 2007

livretes


A minha rua, apesar de não ser em Nothing Hill, têm uma livraria só com livros de viagens. E tem clientes. Aliás, nesta mesma rua que não é mais que uma artéria secundária num bairro perfeitamente comum de Madrid, existem mais 2 livrarias e também têm clientes.

Todos os dias á entrada do Metro, tenho de fazer slalom para fugir dos entregadores de periódicos gratuitos, que pelo que enrameladamente contei, são cerca de 6 diferentes. Á entrada das carruagens, consoante nos vamos arrumando em pé, torna-se quase imperativo guardar um espaço de alguns cms entre os passageiros, por forma a assim todos conseguirem ler. Como se fosse expectável que qualquer sujeito tenha direito a um espaço extra para a leitura . Não se lê só jornais gratuitos, pelo contrário, julgo até em maior número livros. Muitos livros.

Isto não quer evidentemente dizer que os espanhois são mais ou menos cultos que os portugueses, mas talvez diga mais qualquer coisa sobre o seus hábitos, e acima de tudo sobre o malfadado diferencial poder de compra; Os livros em Espanha custam o mesmo ou menos que em Portugal.

Por ocasião do lançamento de uma nova editora portuguesa, Livros de Areia, lê-se na loucura de um dos sócios a desejada e necessária lúcidez; " Em Portugal as editoras vendem livros para pessoas que não lêem. Quem compra livros assiduamente, não pode gastar 20 euros por livro."

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